Bolsa Família pode evitar cobrança de pedágio em Humaitá
12/01/2014 - 16h37
Humaitá (AM) – O grupo de trabalho formado para solucionar o impasse entre índios e moradores no município amazonense vai sugerir à Presidência da República que os indígenas possam receber recursos do Bolsa Família para evitar que retomem a cobrança de pedágio nas rodovias que cortam a reserva da etnia Tenharim. A cobrança da taxa e o desaparecimento de três homens, há 26 dias, quando cruzavam a reserva, são as principais causas do conflito instalado na região.
Os moradores de Humaitá, que atearam fogo na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) e em pontos de cobrança de pedágio, acusam os indígenas de serem os responsáveis pelos desaparecimentos, em represália à morte de um cacique.
“Há o sentimento de que temos que encontrar uma solução para que os indígenas tenham recursos necessários para a sua manutenção. É exatamente isso [Bolsa Família] que estamos sugerindo”, disse o vice-governador do Amazonas, José Melo.
Ele acrescentou que a Funai, a Polícia Rodoviária e a Polícia Federal atuarão nas rodovias que cruzam as aldeias para não permitir que os índios voltem a cobrar pedágio.]
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Apesar de os índios estarem reconstruindo os pontos de cobrança de pedágio, o comandante militar da Amazônia, general Villas Bôas, ressaltou que não será mais permitida a cobrança. Caso os tenharim insistam, frisou, serão adotadas “ações legais previstas na legislação”.
O grupo de trabalho, formado pelo Exército, Força Nacional de Segurança, as polícias Federal, Rodoviária Federal e a Militar, além de representantes dos governos federal, estadual e municipal, estabeleceram como prioridade o envio de medicamentos e alimentos para as aldeias indígenas. Na reunião de hoje, também foi avaliada a possibilidade de compensação financeira às famílias dos desaparecidos caso sejam confirmadas as mortes.
Representantes do grupo farão, neste domingo, uma reunião com os índios tenharim. O objetivo é informar as lideranças indígenas sobre as ações adotadas para acabar com o conflito.enviado especial da Agência Brasil/EBC