Crise na Ucrânia: Punição a Putin é teste para Obama
Atualizado em 3 de março, 2014 - 07:16 (Brasília) 10:16 GMT
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou medidas destinadas a prejudicar a economia da Rússia e isolar o país, como retaliação ao envio de tropas russas à Ucrânia.
Autoridades americanas dizem que o presidente russo Vladimir Putin tomou uma péssima decisão, que vai deixar o seu país em uma posição muito mais fraca.
O secretário de Estado americano John Kerry está a caminho da capital ucraniana, Kiev, enquanto os Estados Unidos tentam coordenar uma resposta internacional para colocar pressão sobre o presidente Putin.A crise política na Ucrânia acaba assim por ser um teste crítico da liderança de Obama, que vai demonstrar o quanto os Estados Unidos ainda têm de influência no mundo.
Mas altos funcionários do governo americano praticamente já descartaram a possibilidade de uma intervenção militar.
Lentidão
Os críticos de Barack Obama acusam o presidente de agir muito lentamente e, mais uma vez, permitir que alguém cruze o limite de uma "linha vermelha" traçada por ele.
Na sexta-feira à noite, Obama advertiu que haveria "custos" à intervenção militar russa na Ucrânia. Horas mais tarde, as tropas russas entraram em território ucraniano. Os EUA agora dizem que há mais de 6.000 soldados russos ocupando a região da Crimeia.
Há quem diga que Obama enfrenta um problema de credibilidade, o que tem encorajado Putin.
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Certamente, o Ocidente parece mal preparado para esta escalada da crise que deveria ter sido prevista pelos líderes ocidentais. Afinal, era óbvio que Putin não iria desistir facilmente.
Mas o fator Obama pode estar sendo superestimado aqui. Vale a pena lembrar que Putin foi à guerra na Geórgia quando George W. Bush estava no Salão Oval, e ninguém achava que o presidente americano era um pacifista.
Mas é claro que Bush pensou duas vezes antes de lutar contra outra potência nuclear por uma antiga parte do ex-império soviético.
Altos funcionários do governo reagiram furiosamente à sugestão de que o comportamento passado de Obama tenha encorajado Putin.
Eles dizem que a política do líder russo na Ucrânia falhou, e que tudo que lhe restou foi o uso do poder militar. Para eles, o mundo deveria culpá-lo, e não a Obama.
Pressão
Deve haver muito mais articulação nos próximos dias, com os Estados Unidos tentando coordenar um aperto internacional sobre a Rússia.
O primeiro ponto de pressão é a reunião de junho do G8, em Sochi, balneário russo que acaba de sediar os Jogos Olímpicos de inverno. Estados Unidos, Canadá e Reino Unido cancelaram reuniões de preparação para o encontro.
O plano alternativo é enviar observadores internacionais para se certificar de que os russos que vivem na Ucrânia estão seguros e não correm perigo. A oferta dificilmente terá apelo junto a Putin.
Vale a pena lembrar que a Crimeia foi uma parte da Rússia a partir de 1783 e que nos primeiros anos da União Soviética era uma república autônoma dentro da federação. O líder soviético Nikita Khrushchev transferiu o território à Ucrânia em 1954.
Agora Putin o quer de volta. Retirar-se seria um fracasso e uma humilhação para ele.
O problema para Obama é que sanções econômicas levam muito tempo para funcionar. Putin pode simplesmente não se importar com a pressão diplomática - ele parece gostar de incomodar os líderes ocidentais.
É fácil ver como a situação poderia ficar muito pior - e não é clara a forma como Obama reagiria a um aprofundamento da crise.Mark Mardell
Editor da BBC News em Washington