sábado, 9 de agosto de 2014

Dívida do Hospital Cristo Rei é de R$ 5 milhões, estima interventor

Dívida do Hospital Cristo Rei é de R$ 5 milhões, estima interventor

Interventor analisou contas dos últimos cinco anos e mostrou, em audiência pública, que hospital gasta todos mês R$ 100 mil acima do seu orçamentoA dívida do Hospital Cristo Rei é de mais de R$ 5 milhões. O valor foi apresentado em audiência pública na noite de quinta-feira (7) pelo interventor da instituição, Carlos Castro. A interdição e a audiência foram determinadas pela Justiça após a prisão de quatro diretores do hospital em maio deste ano.
Castro explicou que uma análise das contas apontou que o hospital gasta, mensalmente, cerca de R$ 100 mil a mais do que recebe em recursos. Segundo o interventor, 75% das contas do hospital são pagas com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O interventor lembrou que a estimativa do Ministério Público é de que os funcionários afastados da cúpula administrativa tenham desviado cerca de R$ 3 milhões dos atendimentos particulares realizados na unidade nos últimos anos.
O quadro de médicos e enfermeiros é limitado e a estrutura física do local está comprometida por falta de recursos para a manutenção. Aparelhos básicos como o de raio-x não funcionam. Além disso, o único hospital de Ibiporã não possui sequer uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por falta de recursos.
Para tentar reverter a situação, o interventor apresentou um plano de gerenciamento. Castro propôs o aumento no número de atendimentos particulares, demissão de funcionários administrativos e um empréstimo de R$ 500 mil. O interventor apresentou ainda a proposta de solicitar um auxílio mensal de R$ 185 mil à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).
“Se a comunidade não se unir, se os governos federal, estadual e municipal não ajudarem, vai ser difícil sair desta situação”, resumiu o interventor, Carlos Castro.
Em maio, Justiça determinou a interdição do hospital
Em 21 de maio, a Justiça do Paraná determinou a intervenção do Hospital Cristo Rei. Funcionários do hospital e da cúpula administrativa são suspeitos de desviar pelo menos R$ 3 milhões de atendimentos particulares feitos na unidade. Oito diretores e cinco funcionários da administração foram denunciados.
Na época da interdição, a promotora Josilaine de Andrade, do Ministério Público, informou que as investigações não apontavam desvio de verba pública. “Os desvios ocorriam nos atendimentos particulares, principalmente quando havia cirurgias.”do JL - Jornal de Londrina