Mais instável dos países de língua portuguesa, Guiné-Bissau realiza eleições
Danilo Macedo-Repórter da Agência Brasil Edição: Valéria Aguiar
Desde sua independência, reconhecida por Portugal em 1974, a Guiné-Bissau, país mais instável entre aqueles que têm o português como língua oficial, nunca teve um presidente que conseguisse completar seu mandato. Golpes, contragolpes e até assassinato levaram o país a uma grande instabilidade política, impactando também sua economia. Depois do último golpe militar, em 2012, o país, que tem 1,6 milhão de habitantes e uma área menor que a do estado do Rio de Janeiro, tenta retornar, neste domingo (13), à democracia, com eleições presidenciais e legislativas. Treze candidatos tiveram suas candidaturas validadas à Presidência e 15 partidos apresentaram suas listas fechadas para as eleições proporcionais legislativas.
Em março de 2012, após a morte do então presidente Malam Bacai Sanhá, por causa desconhecida, em um hospital de Paris, foram realizadas novas eleições. Entre o primeiro e segundo turnos, no entanto, um golpe militar foi aplicado. O ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, do Partido Africano da Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), que tinha se afastado para concorrer na eleição presidencial foi o mais votado no primeiro turno, com 48.97% dos votos válidos, teve sua casa invadida e foi preso, assim como o presidente interino Raimundo Pereira.
Depois do Comando Militar assumir o poder, a Presidência foi passada, em 11 de maio, para um governo de transição chefiado por Manuel Serifo Nhamadjo, dissidente do PAIGC e que havia conquistado apenas 15,75% dos votos no primeiro turno. Em consequência do golpe, no entanto, países como o Brasil, que tinham projetos de cooperação em andamento com a Guiné-Bissau, que inaugurou em 2011 o Centro de Formação das Forças de Segurança de João Landim, na capital Bissau, suspenderam as relações bilaterais.
Sem ajuda de outros países, a nação africana, que é altamente dependente da exploração da castanha-de-caju, se isolou e agravou ainda mais sua precária economia. O índice de desenvolvimento humano do país é um dos mais baixos do planeta, influenciados por taxas como a de analfabetismo, que assola 45% da população adulta, e de trabalho infantil, que atinge 38% das crianças guineenses, de acordo com estudo recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Além disso, há indícios de que a Guiné-Bissau tenha se tornado, nos últimos anos, centro da rota do tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa.
Saiba Mais
Apesar do histórico ruim, especialistas acreditam que o país tem potencial para se reorganizar e crescer economicamente. A Comissão de Consolidação da Paz (CCP) da ONU, presidida pelo Brasil desde janeiro, expressou entendimento de que, nestas eleições, há menos espaço de manobra para atores que pretendam interferir de modo ilegítimo no processo eleitoral, principalmente as Forças Armadas.
No discurso de posse na presidência da CCP, o embaixador Antonio Patriota disse que a posição brasileira à frente da comissão chamará a atenção da comunidade internacional para os enormes potenciais da Guiné-Bissau e as oportunidades de apoiar a estabilidade no país.
“Com recursos naturais, potencial econômico - pesca, mineração, portos -, presença de quadros qualificados, ausência de conflitos étnicos ou religiosos e de separatismos, pequena população e território bem dotado de terras agrícolas, a Guiné-Bissau precisa de relativamente poucos recursos para diversificar sua economia, fortalecer suas instituições, avançar em sua coesão social e melhorar seus indicadores sociais”,explicou.
Alguns especialistas na área internacional ouvidos pela Agência Brasil defenderam que a Guiné-Bissau também precisa realizar uma reforma no setor de segurança do país, historicamente ligado aos golpes de Estado, com definição de seu papel, formação adequada de novos agentes e aposentadoria dos mais antigos. A partir dos resultados das eleições e de um novo processo de estabilização da Guiné-Bissau, o Brasil pretende, finalmente, usar para seu fim o Centro de Formação das Forças de Segurança de João Landim, restabelecer e ampliar a cooperação bilateral com o país lusófono africano.
Leia Mais
-Secretaria abre nova etapa de matrículas para Jovens e Adultos
-Segunda-feira amanhece com temperaturas abaixo de zero e geada na Serra Catarinense
-Morador de rua é internado e seu cão espera por oito dias na porta do hospital
-Pagar IR pela cota única é mais vantajoso
-Caso Petrobras: documentos indicam repasses de empresas a partidos
-Chuva atrapalha montagem da 2ª Bienal do Livro
-Mantega vê saída gradativa da crise financeira internacional
-Medicos implantam vagina construída em laboratório
-Esculacho na Fiesp: Denunciados nas ruas os que bancaram golpistas
-GLOBO FAZ O QUE SEMPRE FEZ. NOVIDADE É O PT
-Mais um tremor de 6,2 na escala Richter é sentido no Norte do Chile
-Governo e jovens discutem políticas públicas na área cultural
-Clima é tenso e jornalista é preso em desocupação de prédio no Rio
-Homem é morto a facadas no Jardim Ana Rosa em Cambé
-Jovem de 19 anos foi assassinado no Jardim Novo Bandeirantes em Cambé
-Rússia omitiu informação sobre suspeito dos atentados de Boston
-Tiroteio suspende funcionamento do teleférico no Alemão
-BC muda discurso e sinaliza fim da alta do juro
-EUA: milhares viajam para ver estátua de Maria que ‘chora’
Bolsonaro diz que Dilma é mentirosa e nunca foi torturada
-MH370: navio capta mais dois sinais no Índico
-Polícia busca quadro de US$ 3 milhões 'jogado no lixo por engano'
-Jardim Santo Amaro é contemplado com obras de infraestrutura
-Doleiro pagou ex-diretor da Petrobras com carro de luxo
-MH370: Austrália espera novos sinais para lançar microssubmarino em buscas
-Comissão externa da Câmara sobre a Petrobras terá primeira reunião esta tarde
-Policiais federais reforçam ameaça de parar durante a Copa
-Ucrânia: separatistas armados serão tratados como terroristas e criminosos
-Mantega discutirá crise mundial em Washington
-Pai mata filha de 13 anos a facadas em Londrina
-MG: Montes Claros sofre o sexto tremor de terra em dois dias
-Alinhamento entre Terra, Sol e Marte antecipa 'fim do mundo'
-Marte ficará visível a olho nu na noite desta terça
-MH370: Novos sinais são 'melhor pista' até agora
-Janot considera lei brasileira insuficiente para combater atos de terrorismo
-André Vargas pede licença da Câmara por 60 dias
-Conflitos políticos impedem transporte público eficiente, diz consultor do Bird
-Insatisfeitos, médicos e pacientes criam alternativas a plano de saúde
-Com seis semanas de duração, Índia dá início à maior eleição do mundo
-Petrobras tem recordes de produção no pré-sal e nas refinarias
Consumidor está mais confiante no mercado de trabalho
-Dilma: governo investe mais de R$ 5 bilhões em máquinas para municípios
-STF: Barrando a doação de empresas a campanhas eleitorais
-Doleiro reconhece que pediu ajuda ao vice- presidente da Câmara para firmar contratos com o governo
-GILMAR DÁ O GOLPE. FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
-DITADURA CRIOU CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO INDÍGENAS
-Jovem grava versão feminina do "Lepo Lepo" e se torna hit da internet
-Chile suspende alerta de tsunami após terremoto
-Três anos após desastre nuclear, moradores retornam a Fukushima
-Mistério do voo MH370 talvez nunca seja desvendado, diz Malásia
-Forte terremoto atinge Chile e gera alerta de tsunami na costa da América Latina
-Menino de 4 anos com câncer terminal morre após completar ‘lista de desejos
-Forças Armadas vão investigar casos de tortura na ditadura militar
-Adolescente de 15 anos é estuprada em Camboriú
-André Vargas diz que relação com empresário está dentro da legalidade
-Ministro: Brasil não pode ser "paraíso fiscal" da internet
Os sinos do Brasil vão tocar por Anchieta dia 2 de abril
-Ucrânia: Rússia confirma retirada de forças da fronteira
-Cardozo defende aprovação do Marco Civil da Internet sem alterações no Senado
-Comissão interna da Petrobras nega pagamento de suborno a empregados
Em entrevista à Rádio ONU, Patriota ressaltou que o Brasil tem um “grande potencial” para cooperar com a Guiné-Bissau “sobretudo na capacitação de profissionais, porque há uma carência de gestores, de servidores do Estado”. Ele disse que o governo brasileiro também poderá apoiar na reforma e modernização do setor de defesa e segurança.
Eleições na Guiné-Bissau
