quinta-feira, 17 de julho de 2014

Avião da Malásia com 295 pessoas cai na Ucrânia

Avião da Malásia com 295 pessoas cai na Ucrânia
Um avião de passageiros caiu na Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, com 295 pessoas a bordo (© Reuters)

Um avião da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia com 295 pessoas a bordo. O Boeing-777, que fazia o trajeto de Amsterdã (Holanda) a Kuala Lumpur (Malásia), caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, cenário de combates entre as forças governamentais e rebeldes pró-Rússia.
Segundo informações ainda não confirmadas, o voo MH17 pode ter sido derrubado por um míssil lançado por separatistas. A informação foi dada por um assessor do Ministério do Interior ucraniano, segundo a agência de notícias Interfax.

    Já o líder separatista pró-Rússia Aleksander Borodai atribuiu a queda da aeronave às forças ucranianas, que ele acusou de ter derrubado o aparelho. "Aparentemente, é mesmo um avião de passageiros, abatido na verdade pela Força Aérea Ucraniana", disse Borodai à TV estatal russa Rossiya 24. Kiev negou o envolvimento das Forças Armadas ucranianas.

    Na área da queda, dezenas de corpos estavam espalhados ao redor dos destroços ainda em chamas, constatou um repórter da Reuters no local. Um funcionário dos serviços de emergência disse que pelo menos 100 corpos tinham sido encontrados até o momento, perto do vilarejo de Grabovo, e pedaços de corpos estavam espalhados por até 15 quilômetros. Partes quebradas das asas estavam marcadas com tinta azul e vermelha, as cores do emblema da Malaysian Airlines.

    "Eu estava trabalhando no campo com o meu trator quando ouvi o barulho de um avião e então uma explosão e tiros. Então eu vi o avião bater no chão e quebrar em dois. Tinha muita fumaça preta", disse uma testemunha que se identificou apenas como Vladimir.

    Um rebelde separatista da localidade próxima de Krasni Luch que se identificou apenas como Sergei disse: "Da minha varanda eu vi o avião começando a descer de uma altitude muito grande e então escutei duas explosões". Ele negou que os rebeldes tenham derrubado o avião. "Isso somente poderia acontecer se fosse um caça ou um míssil terra-ar (que tenha abatido o avião de passageiros)", disse ele, acrescentando que os rebeldes não têm armas capazes de abater um avião sobrevoando tão alto.

    O primeiro-ministro, Areseny Yatseniuk, ordenou a abertura de uma investigação imediata sobre a "catástrofe". O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, diz que acredita em um "ato terrorista"."Poroshenko crê que esse avião foi abatido: não é um incidente, não é uma catástrofe, mas um ato terrorista", disse um assessor.
    O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou por telefone ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a queda do avião. Os dois líderes estavam em uma ligação já programada sobre a situação na Ucrânia quando a informação veio à tona a partir de relatos de controladores de voo.

    Queda de avião de combate

    Mais cedo, um avião de combate SU-25, que realizava operações militares no leste da Ucrânia, foi derrubado. Os militares ucranianos acusaram os jatos russos de terem derrubado a aeronave. Essa foi a primeira vez que a Ucrânia acusou diretamente a Rússia de usar seu poderio aéreo no conflito.
    O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, negou que a Rússia fosse a autora da ação. "Nós não fizemos isso."
    As forças ucranianas lutam para debelar uma rebelião separatista pró-Rússia no leste da Ucrânia.

    Voo MH370

    A Malaysia Airlines é proprietária do voo MH370, que desapareceu no dia 8 de março desse ano e nunca foi encontrado. O avião fazia o trajeto Kuala Lumpur-Pequim e sumiu pouco depois de decolar, com 239 pessoas a bordo -- sendo chineses em sua maioria, mas também com vários estrangeiros.