Sem capitão nem estrela, Brasil faz com Alemanha desafio de gigantes
Brasil e Alemanha jogam às 17h desta terça feira em Belo Horizonte por um lugar na grande final da Copa do Mundo em partida que une duas das maiores camisas da história do torneio e um total de oito títulos na competição.
Já os alemães, na quarta semifinal consecutiva, buscam coroar o bom momento do futebol local com um título depois de algumas derrotas recentes em decisões: perdeu a final de 2002 para o Brasil (o único jogo entre ambos em Copas, aliás) e as duas semifinais de Mundial seguintes; em Eurocopas, também vem de um terceiro lugar e um vice-campeonato.Para o Brasil, o jogo é um teste para o poder desta seleção, que encontra o primeiro grande rival nesta edição do Mundial logo sem dois de seus principais jogadores, o capitão Thiago Silva, suspenso com dois cartões amarelos, e a grande estrela Neymar, que se despediu do torneio em razão de uma lesão na coluna.
Além da vitória na grande final da Copa de 2002 (2 a 0), foram outros quatro encontros em competições e nenhuma vitória alemã: Brasil 4 a 1 no Mundialito de 1981; empate de 3 a 3 na US Cup de 1993; Brasil 4 a 0 na Copa das Confederações de 1999; e Brasil 3 a 2 na Copa das Confederações de 2005.
Os times
A seleção brasileira terá pelo menos duas mudanças em relação ao time que venceu a Colômbia: Dante deve ocupar a vaga do suspenso Thiago Silva na zaga; já o substituto do lesionado Neymar pode ser simplesmente o retorno do volante Luiz Gustavo, que voltaria ao time para formar o meio com Fernandinho e Paulinho, ou Willian, que tiraria, possivelmente, a vaga de Paulinho.
"Eu já tenho o time, mas não vou adiantar. O que eu sempre passo para vocês é que tenho um grupo de trabalho espetacular. Vínhamos acompanhando os jogos da Alemanha. E os observadores (Alexandre Gallo e Roque Jr.) nos deram a confiança de que o que vamos fazer amanhã é o certo. Pelas características do jogo, já está definido", disse o técnico Luiz Felipe Scolari ontem.
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Sobre a ausência do maior nome do elenco, Neymar, Felipão disse que o impacto da lesão no grupo já foi superada. "Naturalmente o Neymar deixou muito dele conosco e levou muito de nós com ele. Já terminamos essa fase de ficarmos tristes desde o momento em que ele, mais tranquilo, nas conversas, fez com que os jogadores entendessem que a parte dele ele tinha feito. Agora é a nossa".
Sobre a Alemanha, que não abre os treinamentos para a imprensa, é difícil saber se o técnico Joachim Low fará mudanças em relação à equipe que eliminou a França. Ainda assim, a imprensa alemã já falou sobre a saída de Ozil, que não vem de grandes atuações, e de Klose, que enquanto centroavante fixo na área não marcou na fase final da Copa.
Semi das semis
Além da vaga na decisão, o jogo no Mineirão é ainda o maior confronto possível em termos de retrospecto em Mundiais.
Além de oito títulos somados - nunca um jogo de Copa reuniu tantas taças, Brasil e Alemanha são ainda as equipes com mais finais (sete cada) e que mais vezes ficaram entre os quatro primeiros: enquanto os alemães chegam nessa posição pela 13ª vez, o time brasileiro está neste grupo pela 11ª oportunidade.
Para consolidar tamanha força da dupla, em 20 edições de Copa do Mundo disputadas até hoje, Brasil e Alemanha ficam no grupo dos oito melhores pela 17ª vez. A seleção alemã, tricampeã do mundo, é ainda a equipe com mais jogos em Copas, 104 no momento; o time brasileiro é o que tem mais vitórias, 70.
Seguindo com o o brilhante histórico da dupla há ainda um duelo pessoal mais vivo do que nunca: o brasileiro Ronaldo, maior artilheiro da história das Copas com 15 gols, foi alcançado neste Mundial pelo alemão Miroslav Klose, que tem mais dois jogos para superar o ex-camisa 9 do Brasil.
Números
De acordo com os números oficiais divulgados pela Fifa, ofensivamente o Brasil leva ligeira vantagem sobre a Alemanha nesta Copa do Mundo. Ambas as seleções têm 10 gols marcados na Copa, mas o Brasil finalizou mais (82 x 74) e criou mais jogadas ofensivas (221 x 216).
Defensivamente, o Brasil soma 117 desarmes contra 82 dos alemães. Mas é pior na questão disciplinar: enquanto os brasileiros já cometeram 96 faltas e levaram 10 cartões amarelos, os alemães fizeram 57 infrações e receberam só quatro cartões. Os europeus também sofreram só três gols, enquanto o Brasil, quatro.
No que diz respeito ao número de passes, o estilo alemão, de mais posse de bola que o brasileiro, fica claro: são 3.577 contra 2.471. O aproveitamento da Alemanha também é maior, já que acerta 82% dos toques, enquanto o Brasil completa 73% deles.
Outro destaque alemão diz respeito aos pulmões da equipe: Muller, Kroos, Lahm e Howedes estão entre os dez jogadores que mais correram na Copa do Mundo, todos acima dos 54km cada no total dos cinco jogos. O melhor brasileiro, Oscar, ocupa apenas o 22º lugar, com 50.1km.da BBC Brasil