terça-feira, 28 de outubro de 2014

Crise leva 2,6 milhões de crianças à pobreza nos países ricos

Crise leva 2,6 milhões de crianças à pobreza nos países ricos


Criança inglesa (Getty)
No Reino Unido, a pobreza infantil subiu menos de 2% desde 2008, mas uma em cada quatro crianças vive em situação de destituição

Um relatório publicado nesta terça-feira em Genebra (Suíça) pela Unicef, órgão das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência, estima que a crise financeira de 2008 fez com que 2,6 milhões de crianças nos países mais ricos do mundo caíssem na pobreza.
O documento, chamado "Filhos da Recessão", examinou a situação de crianças e adolescentes em 41 países industrializados e descobriu que a pobreza infantil tinha aumentado em mais da metade deles (23).
A Unicef alerta para a necessidade medidas urgentes para combates o problema por parte dos governos para evitar que os efeitos do "abalo global" de seis anos atrás sejam sentidos por ainda mais tempo.

Vítimas da austeridade

Grande parte do relatório se dedica a analisar os efeitos de medidas de austeridade adotadas pela União Europeia, em especial nos países que tomaram ações mais draconianas de cortes em gastos públicos, como Grécia e Irlanda.
Nesses dois países, houve mais de 10% de aumento nos índices de pobreza infantil.
A Irlanda está próxima de 30% de pobreza infantil, ao passo que os gregos registram mais de 40%.
Na Grã-Bretanha, segundo a Unicef, mais de 25% das crianças vive em situação de pobreza, embora o aumento no período entre 2008 e 2014 tenha sido de apenas 1,6%.
Mas o pior resultado foi na Islândia, um dos países mais atingidos pela crise de 2008. A ilha, que durante a década passada encabeçou o ranking do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), viu a pobreza infantil crescer 20% em comparação com seis anos atrás.
Família italiana
Na Itália, mais de 15% das famílias têm problemas para comprar comida e alimentar crianças e adolescentes, diz estudo da Unicef
Em 18 países, entretanto, houve redução dos índices.

Desemprego

O Chile foi quem teve o melhor desempenho no combate à pobreza infantil, registrando queda de 31,4% para 22,8%.
Porém, o país com menor pobreza infantil entre os estudados é a Noruega, com 4,3%.
"O quanto mais tempo essas crianças ficaram presas no ciclo da pobreza, o mais difícil será escaparem", diz o estudo.
"Taxas de desemprego que não eram vistas desde a Grande Depressão deixaram muitas famílias em dificuldades para suprir as necessidades materiais e educacionais mais básicas (para crianças e adolescentes)".
O estudo da Unicef mostra que, na Itália, 16% das residências com crianças não têm condições de custear uma refeição com algum tipo de carne dois dias seguidos.
A agência também analisou o desemprego entre as populações jovens e estima que, desde 2008, o número de jovens desempregados e fora do sistema educacional da União Europeia subiu para 7,5 milhões, número que era de apenas um milhão há seis anos.
Governos que impuseram cortes orçamentários na previdência ou se recusaram adotar estímulos fiscais foram alvos de críticas da Unicef.
Mas a entidade também fez um alerta, dizendo que os pacotes de incentivo não devem ser interrompidos.
"Mesmo quando o desemprego ou a inatividade econômica caem, isso não significa que as pessoas mais jovens estão encontrando emprego. Os problemas ainda não acabaram e vai levar anos para que muitas crianças voltem para os níveis pré-crise".da BBC Brasil

NOTÍCIAS RELACIONADAS

-Oposição avalia candidatura própria para presidência da Câmara

-PSB se diz surpreso com denúncia contra Campos

-Dólar cai quase 2% com correção e exterior

-Aécio Neves venceu em Londrina com 77,6% dos votos 

-Imagens inéditas mostram Titanic antes de tragédia 

-Atenção motorista: multa por ultrapassagem irregular vai passar de R$ 1,9 mil 

-Zuckerberg e esposa doam US$ 25 milhões para luta contra o ebola 

-Crise 'exportou' 700 mil espanhóis - e muitos vieram para a América Latina 

-Ministério Público faz Prefeitura de Cambé encerrar convênio com associação

-Ministra russa da Saúde promete vacina contra Ebola em seis meses