sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Lucas Mendes: Varejão brasileiro

Lucas Mendes: Varejão brasileiro

Atualizado em  16 de janeiro, 2014 - 10:32 (Brasília) 12:32 GM
Às cinco da tarde estou na mesa de um evento com cinco líderes do varejo brasileiro, um dos segmentos mais prósperos e pesados da nossa economia.
Há vinte anos, uma montadora de automóveis tinha mais empregados do que todas as varejistas do Brasil. "Hoje a maior das varejistas tem mais empregados do que todas montadoras juntas", diz Flávio Rocha, CEO da rede Riachuelo-Guararapes, a maior confecção de vestuários da América Latina, com mais de 200 mil peças por dia. Será verdade?
Nova York tem uma vocação para extremos, do milagroso ao trágico, como o 11 de setembro, dos maiores heróis, Super-Homem e Batman, aos maiores vilões.Há exatamente cinco anos, naquela mesma hora, a dez quarteirões, um piloto desceu com um jato comercial em pane no meio do rio. As câmeras filmaram o macio encontro com a água do avião com mais de 100 passageiros a bordo. Nenhum ferimento grave. "Milagre no Hudson", garantiram as manchetes, repetidas até hoje no aniversário.
Comento com os executivos do varejo que o Brasil é mais chegado à palavra milagre do que a tragédia, e queria saber deles como veem este futuro próximo que parece sombrio. Para os investidores estrangeiros, o milagre brasileiro se mudou para o México e países da Ásia.
Luiza Helena Trajano, presidente da rede Magazine Luiza, responsabiliza a imprensa pelo pessimismo. Luiza fala sem censura. Para ela, o Brasil tem seus problemas, mas vai bem. A presidente Luiza senta à direita da presidente Dilma nas periódicas reuniões do Conselhão, um grupo de umas 80 pessoas em posições de liderança que vão a Brasília buzinar no ouvido da comandante. Luiza acha que quando Dilma for reeleita, se livrará das amarras.
Os outros na mesa, Sônia Hess, presidente da Dudalina, também membro do Conselhão, Manuel Correa, diretor-geral da Saint Gobain/Telha Norte, gigante em materiais de construção, e German Quiroga, que ajudou a construir o comércio digital brasileiro, concordam que o Brasil não vai tão mal quanto dizem. Tiveram bons resultados nas suas empresas em 2013 e esperam resultados ainda melhores em 2014.
Zeinep Ton é uma guru do varejo americano. Turca de nascimento, trabalhava na confecção do pai costurando bolsos nos roupões de banho. Uma chatice mal paga e repetitiva, mas que exigia atenção. Veio para os Estados Unidos, estudou economia e passou anos investigando como poderia incentivar empregados desmotivados no varejo.
Leia Também:

-Sonegação no Brasil é 20 vezes maior que gasto com Bolsa Família

-Anvisa suspende comercialização de antiácido

-Filha do cantor Giovanni, da dupla sertaneja, morre em acidente de carro

-Economia dá sinais de melhora, mostra FGV

-Solução para aumento do fluxo de haitianos no País pode ser anunciada na próxima semana

-Dilma anuncia investimentos em mobilidade para Minas Gerais

-Atividade econômica cai em novembro, mas cresce 2,68% no acumulado do ano

-Granada lançada contra manifestantes fere ao menos 28 na Tailândia

-Nuvem de poluição cobre Pequim e moradores recorrem a "sol artificial"

-Japão: morre soldado que esperou 30 anos para se render após 2ª Guerra

-Obama explica a Cameron as reformas na NSA que serão anunciadas hoje

-Romance entre Hollande e atriz teria começado em 2011, diz revista

-NSA monitora milhões de mensagens de texto no mundo todo, diz jornal

-SP: após citar propina de cartel em inquérito, diretor de estatal é demitido

-Entidades denunciam Globo por falsificação sobre palestinos em novela

-DUDU, NÃO FAÇA DEMAGOGIA. O CASTIGO VEM RÁPIDO

-João Lucas e Marcelo voltam ao ranking do Ecad com "Louquinha"

-Patrick Mariano: Valor da multa a Genoino extrapola os parâmetros legais

-Papa Francisco: é preciso sentir vergonha pelos escândalos da Igreja

-Policiais e bombeiros de Londrina aprendem a língua dos sinais

-Copom eleva taxa básica de juros para 10,50% ao ano

-Assinatura de contrato tira reconstrução do Ouro Verde do papel

-Na reta final das obras na PR-445, motoristas terão que usar desvio

-Brasil permanece em 10º no ranking Fifa; Espanha lidera

-Dilma se reúne com Cardozo para discutir crise no Maranhão

-Musculação reduz risco de diabetes em mulheres, diz estudo

-Venezuela quer retomar diálogo com os Estados Unidos

-Escolas públicas devem receber livros didáticos até fevereiro

-Indonésia: inundações e deslizamentos de terra deixam ao menos 13 mortos

-Constituição do Egito é aprovada com 98% dos votos, diz jornal estatal

-AGENTE DE CERRA, FREIRE APUNHALA DUDU

-CUNHA: POR QUE OS GENERAIS NÃO IMITAM A GLOBO ?

-Tocantins poderá plantar algodão transgênico

-Mato Grosso está em estado de emergência fitossanitária

-Representantes de ministérios tentam acordo entre índios tenharins e moradores de Humaitá

-Especialista defende que peso máximo de mochilas seja 10% do peso corporal

-Receita paga hoje lote residual de restituições do IR

-Designer que foi parar na Cracolândia após fim de namoro procura 'nova vida'

-Roubo de roçadeiras vai atrasar serviço de capina e roçagem em Londrina

-Fotos de topless em mirante de Nova York geram processo na Justiça

-Transpetro coloca mais um navio em operação

-Filha do cantor Giovanni, da dupla sertaneja, morre em acidente de carro

-Ministério da Saúde identifica 300 crianças com hanseníase em escolas públicas do país

-ONU quer conscientizar população sobre elo entre crime organizado e falsificação

-QUANDO DUDU FOI PARA O LADO DE LÁ

-Se você acha que os presídios brasileiros são ruins, Conheça AS 10 PIORES PRISÕES DO MUNDO

-MELO E O GOLPE BRANCO DE BARBOSA

-NOGUEIRA DESCONSTRÓI GILMAR, O “TUCANO DEMAIS”

-O MUNDO ENCANTADO DE GENOINO

-Veja quem são os 19 cardeais nomeados pelo Papa Francisco

Hoje, é professora de gerenciamento de empresas no MIT e o livro dela,Best Jobs Strategy, sai este mês. Para um país que tem milhões de empregados no varejo, as pesquisas e conclusões da professora Ton reforçam noções de que quanto mais bem pago e bem treinado o empregado, melhor para o patrão.
Um aumento de US$ 1 na hora de trabalho gera US$ 10 nas vendas. Mercadona, a cadeia espanhola, gasta 5 mil euros no treinamento de cada empregado. Na crise espanhola, aumentou o faturamento em 10%.
Costco, uma rede americana que ganhou um prêmio de "empresa do ano", é um conglomerado de feios galpões gigantes com estantes cheias de produtos em grandes volumes, por dúzias e galões. Os empregados dão informações sobre tudo, dos modelos de televisão ao sabão da máquina de lavar. Ganham US$ 21 por hora. A maior empregadora do mundo, a Walmart, paga US$ 13. Há mais de dez anos, o retorno da Costco para os investidores é maior do que o da Walmart.
Melhores salários, mais empregados e mais bem treinados, são a base da fórmula da estratégia dos melhores empregos de Zeinep Ton. Os varejistas brasileiros concordam com ela, mas condições diferentes nas leis trabalhistas e impostos entre Estados Unidos e Brasil complicam a comparação.
É o custo Brasil, que Flávio Rocha chama de "varejo infraero". Nossos produtos são tão caros que, só de roupas, entram no Brasil, num mesmo dia nas malas dos turistas (brasileiros de volta ao país), mais do que as cinco maiores varejistas brasileiras de roupas vendem juntas.
Não sei como o Flávio Rocha viu o que entra nas malas dos turistas. Mas pelo que vejo quando compram em Nova York, parece verdade.