terça-feira, 18 de novembro de 2014

Petrobras: resposta firme de poderes é 'crucial' para investidores

Petrobras: resposta firme de poderes é 'crucial' para investidores

Fachada do prédio da Petrobras Analistas acreditam que confiança do mercado na Petrobras dependerá não apenas do afastamento e punição de culpado 

O escândalo de corrupção na Petrobras aumentou a preocupação de investidores internacionais não apenas com a saúde financeira da empresa, mas com a capacidade do governo Dilma Rousseff em lidar com a situação.
Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, uma resposta rápida e contundente dos poderes Executivo e Judiciário às denúncias será crucial para evitar pânico em mercados internacionais já alarmados com a desaceleração na economia brasileira e com os problemas enfrentados pela empresa petrolífera já antes do estouro do escândalo. No mês passado, a empresa teve sua classificação de risco rebaixada pela agência Moody's por conta da alta "alavancagem" (relação entre dívida e patrimônio).
A Petrobras é alvo de denúncias da compra superfaturada de refinarias nos Estados Unidos e no Japão e do desvio de recursos para partidos políticos mediante "lavagem" de dinheiro - mais de 25 pessoas tiveram prisão preventiva decretada na última sexta-feira, data também de uma operação de captura pela Polícia Federal.

"Uma grande preocupação de investidores no momento é que o escândalo parece estar se aprofundando cada vez mais desde as primeiras denúncias. Já parece ser um dos mais graves episódios de corrupção no Brasil e seria impossível o mercado não estar apreensivo", explica Katherine Weber, analista do Business Monitor, empresa especializada em estudos de risco econômico, com base em Londres.
A presidente Dilma Rousseff tem o desafio de "mostrar serviço" no combate à corrupção após as denúncias de corrupção na Petrobras
"A presidente Dilma Rousseff precisará mostrar muito comprometimento com o combate à corrupção no Brasil, até porque o escândalo na Petrobras também coloca a reputação de seu governo e de seu partido em jogo num momento em que ela venceu as eleições por uma margem apertada e que a economia brasileira enfrenta problemas de crescimento", acrescenta Weber.

Risco e dívidas

Jimena Blanco, da agência de análise de risco Maplecroft, também veem a necessidade de uma resposta firme e ágil da Justiça brasileira, tida como "lenta".
"Investidores em mercados como o Brasil estão a par do risco de corrupção", diz Jimena Blanco, da agência de análise de risco Maplecroft, "mas ao mesmo tempo esperam que os crimes sejam punidos".
"Uma atuação decisiva no caso da Petrobras mandará uma mensagem positiva, mas um problema é a lentidão da Justiça brasileira."
"Por isso é importante que o Executivo seja visto tomando iniciativas como o afastamento de políticos e executivos envolvidos nas denúncias. Até porque o combate à corrupção foi um compromisso assumido por Dilma", diz Blanco.

Investidores também estarão atentos à maneira como o governo brasileiro, principal acionista da Petrobras, atuará junto à empresa nas próximas semanas, sobretudo depois do atraso na divulgação do balanço financeiro referente ao terceiro trimestre de 2014, que venceu na última sexta-feira.
"O atraso em si não deve ser visto como uma tragédia porque também pode ser interpretado como uma tentativa de dar a maior transparência possível aos números", diz Blanco.
"Mas os mercados estarão observando, por exemplo, se o governo vai manter a politica de maior intevencionismo que marcou o governo Lula e se a Petrobras continuará servindo como pé de meia do governo os gastos na área social", observa Blanco.
No mês passado, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a Petrobras com base principalmente na "alavancagem financeira"
Para Katherine Weber, da Business Monitor,"há desafios mais imediatos como a atuação do governo junto à Petrobras", mas a preocupação maior dos investidores estrangeiros ainda seria com o "panorama macroeconômico".
"Ao mesmo tempo, um escândalo de corrupção é péssimo para a empresa e para a presidente Dilma no que diz respeito à percepção internacional. A maneira como ambas as partes vão tratar do problema terá efeito nas avaliações do mercado", completa.
Depois de rebaixar a classificação de risco da Petrobras no mês passado, a Moody's na segunda-feira se recusou a fazer mais comentários sobre a empresa após as novas denúncias, lembrando que uma nova avaliação será divulgada em 90 dias. Em seu comunicado, a agência citou a preocupação com o alto endividamento da Petrobras (a dívida é estimada em mais de R$ 307 bilhões) e com a queda no preço do barril de petróleo como fatores determinantes.
Já a Standard & Poor's mencionou explicitamente as denúncias da polícia num comunicado emitido na sexta-feira, afirmando que as suspeitas de corrupção não terão efeito imediato em sua avaliação dos riscos de investimento na Petrobras.

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