Piloto errou em acidente que matou Campos, diz Aeronáutica
Acidente aconteceu no dia 13 de agosto do ano passado, durante a campanha presidencial, em Santos, no litoral de São Paulo
Terra
Investigações da Aeronáutica concluíram que o acidente
que matou o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da
República nas eleições do ano passado, Eduardo Campos (PSB), foi causado
por uma sequência de falhas do piloto Marcos Martins, de acordo com
informações do jornal O Estado de S. Paulo. O resultado das
investigações cita falta de treinamento do piloto para aquele tipo de
aeronave e até o uso de “atalho” para acelerar o procedimento de
descida.
Na ocasião, Martins foi obrigado a abortar o pouso e
arremeter bruscamente. O piloto teria operado os aparelhos de uma
maneira não recomendada pela fabricante da aeronave e acabou sofrendo o
que é tecnicamente chamado de “desorientação espacial” – quando o piloto
perde a referência do avião em relação ao solo e não sabe se está
voando para cima, par baixo, em posição normal, de lado ou de ponta
cabeça.
Essa conclusão tem base nos últimos segundos do voo, no
momento em que o avião embicou num ângulo de 70 graus e em potência
máxima, como se o piloto acelerasse pensando que estava em movimento de
subida, quando na realidade estava indo rumo ao solo.
O acidente aconteceu na manhã do dia 13 de agosto do ano
passado, em Santos, no litoral de São Paulo. A aeronave, um Cessna 560
XL, saiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, rumo à Base
Aérea de Santos, no Guarujá, também no litoral paulista. Além de Eduardo
Campos, morreram quatro assessores, o piloto e o copiloto Geraldo
Magela Barbosa.
publicidade
A
investigação também conclui que Martins não estava treinado para
pilotar o Cessna 560 XL, já que nunca tinha passado pelo simulador.
Também está registrado que a relação entre os dois pilotos não era boa.
Eles tinham um histórico de atritos e o copiloto já teria pedido para
não mais voar com Martins, que se dizia, nas redes sociais, “cansadaço”
dias antes do acidente.