Segundo pesquisa - 16/08/2014 às 07h34
Valor de plano de saúde pode comprometer toda a renda do idoso
A média dos preços dos planos mais caros compromete 99%.
A média dos preços dos planos de saúde individuais/familiares mais baratos ofertados na cidade de São Paulo, para alguém com 75 anos, compromete cerca de 40% da renda mensal dos idosos. A média dos preços dos planos mais caros compromete 99%. A média dos valores globais compromete 70%
Das 20 operadoras com mais clientes em São Paulo, apenas oito comercializam planos individuais/familiares, mas somente em seis casos foi possível efetivamente prosseguir com a contratação do plano de saúde
Além do alto preço e da baixa oferta, idosos também encontram barreiras como a falta de informação e a exigência de avaliação médica prévia - pelo menos cinco operadoras exigem que o idoso faça exames ou entrevista com um médico para contratar o plano
Levantamento realizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), avaliou a contratação de planos de saúde individuais/familiares para usuários com mais de 60 anos nas operadoras com maior número de usuários em São Paulo (Amil, Bradesco Saúde, Sul América, Unimed Paulistana, Intermédica, Dix (pertencente à Amil), Green-Line, Porto Seguro, Prevent Senior, Mediservice, Santamália, Marítima, Allianz, São Cristóvão, Notre Dame, Golden Cross, Sistemas e Planos de Saúde, Biovida, Ameplan e MediSanitas) e constatou que o idoso encontra uma série de dificuldades para contratar o serviço.
A primeira barreira é baixa oferta de planos individuais: entre as 20 maiores operadoras que atuam em São Paulo, somente oito comercializam esse tipo de plano, são ela: Ameplan, Biovida, GreenLine, Prevent Senior, Santamália, São Cristóvão, Unimed Paulistana e MediSanitas. Contudo, apesar de os sites da Ameplan e da São Cristóvão informarem que elas têm planos individuais, não foi possível estabelecer contato telefônico efetivo com essas empresas. Assim, os demais critérios de avaliação (como valor da mensalidade e condições de contratação de um plano para terceira idade) só foram pesquisados para seis operadoras.
O segundo grande problema foi o preço: o Idec cotou o valor do plano mais barato e do plano mais caro de cada uma das seis operadoras consideradas, para um usuário com idade de 75 anos. A média de preço dos planos mais baratos é de R$ 551,04. A dos planos mais caros, R$ 1.447,36. E a média dos valores de todos os 12 planos juntos é de R$ 999,20. Para saber se esses valores cabem ou não no bolso de uma pessoa com mais de 60 anos, é preciso considerar a renda mensal dessa parcela da população. Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2011, 72,4% dos idosos possui rendimento mensal de no máximo dois salários mínimos. Em valores atuais, isso dá R$ 1.448.
Assim, a média dos preços dos planos mais baratos representa quase 40% desse montante. A de todos os planos juntos, 70%. E a dos planos mais caros abocanharia a totalidade desse rendimento. “Esses números mostram que boa parte da população com mais de 60 anos ou não teria nenhuma condição financeira de arcar com os custos de um plano de saúde individual ou teria de comprometer boa parte do rendimento mensal da família para pagar o serviço”, conclui a advogada do Idec, Joana Cruz.
Exigência de avaliação médica
Entre as seis operadoras avaliadas, cinco adotam procedimentos para verificar o “perfil” do futuro consumidor. Ou seja, o idoso interessado em adquirir um plano de saúde individual é submetido a um exame médico prévio ou ao que se chama de “entrevista qualificada”. As cinco empresas que adotam o procedimento são: Biovida, GreenLine, Santamália, Unimed Paulistana e MediSanitas. O consultor de vendas da Prevent Senior – operadora especializada em planos para a terceira idade – foi o único que informou não haver necessidade dessa avaliação.
Entre as seis operadoras avaliadas, cinco adotam procedimentos para verificar o “perfil” do futuro consumidor. Ou seja, o idoso interessado em adquirir um plano de saúde individual é submetido a um exame médico prévio ou ao que se chama de “entrevista qualificada”. As cinco empresas que adotam o procedimento são: Biovida, GreenLine, Santamália, Unimed Paulistana e MediSanitas. O consultor de vendas da Prevent Senior – operadora especializada em planos para a terceira idade – foi o único que informou não haver necessidade dessa avaliação.
No entendimento do Idec, submeter o potencial consumidor a uma avaliação médica prévia como condicionante para a contratação do serviço é ilegal. “A contratação de um plano de saúde envolve riscos para os dois lados. O consumidor corre o risco de pagar e não precisar usá-lo, e a operadora corre o risco de vender um plano sem saber se o cliente vai ou não desenvolver uma doença. É um risco inerente à atividade exercida pela operadora. Assim, ao exigir uma avaliação médica prévia, a operadora sai em vantagem numa relação em que, por si só, o consumidor tem presunção de vulnerabilidade”, argumenta a advogada do Instituto. A exigência de avaliação médica prévia não é regulamentada pela ANS.
Mas há normas jurídicas que são desrespeitadas ao se fazer essa exigência, como é o caso do inciso X do artigo 5o da Constituição, segundo o qual a intimidade das pessoas é inviolável. Além disso, há que se levar em conta a configuração da “doença preexistente”. Segundo a ANS, uma doença é assim considerada se o beneficiário souber, quando da contratação do plano, que é portador dela.
A ANS regulamenta a declaração de saúde; ela é o documento por meio do qual o futuro beneficiário vai afirmar ser portador desta ou daquela doença. Para efeitos jurídicos, essa declaração é que vai ser considerada para definir o que é, em cada caso, uma doença preexistente. Portanto, o fato de a operadora avaliar de antemão o estado de saúde do futuro usuário (seja por meio de exames, seja por meio de uma entrevista qualificada) vai interferir no preenchimento dessa declaração de saúde.
A entrevista qualificada é regulamentada pela ANS, que prevê ao consumidor o direito de escolher se quer ou não fazê-la (por exemplo, se estiver com dificuldades para preencher a declaração de saúde). A pesquisa avaliou apenas se a entrevista qualificada é ou não exigida – e não a maneira pela qual ela é conduzida.
Segundo as informações passadas pelos corretores, as operadoras Biovida, GreenLine, Santamália, Unimed Paulistana e MediSanitas preveem a entrevista qualificada. A Santamália exige ainda “uma série de exames”.
Embora a informação oficialmente passada pelas operadoras é que a avaliação médica em nada interfere na aceitação ou não do idoso pela operadora, os corretores deram a entender que, caso o perfil não seja o desejado, a contratação pode ser inviabilizada.
Outro indício de que idosos tendem a ter dificuldade em aderir planos de saúde individuais é que os corretores, no caso de algumas operadoras, sequer podem vender esse tipo de plano a pessoas com mais de 59 anos – mesmo que esses planos, em tese, estejam à venda. Para que o consumidor possa ao menos ter a possibilidade de contratar o plano, deve entrar em contato diretamente com a operadora (sem intermédio de corretor). Segundo informações de alguns corretores, essa é a situação que ocorre pelo menos com planos da Santamália e da Unimed Paulistana. A explicação dada para essa política de vendas é que assim as operadoras conseguem avaliar melhor o risco.do 180G/noticias/Manoel Jose
Leia Mais
-Vazou tudo! Sonegação da Globo está na web!
-Bilionária aos 30 anos largou estudos para criar laboratório hi-tech
-Marina Silva será chave para 'definir rei' na eleição brasileira, diz Bloomberg
-Parente de ex-prefeito de Cambé é encontrado morto
-Aeronáutica não tem prazo para concluir leitura de dados do avião acidentado
-Avião usado por Campos teve falha durante voo em Londrina
-Chegada de chuvas derruba a temperatura em Londrina
-Como reduzir o consumo de sal na alimentação?
Como o Estado Islâmico se tornou mais perigoso que a Al-Qaeda
Superlua vai deixar o céu mais bonito neste domingo (10)
-Dívida do Hospital Cristo Rei é de R$ 5 milhões, estima interventor
-Brasil reforça ações contra o Ebola em aeroportos
-Obama diz que não há data prevista para fim dos ataques no Iraque
-10 perguntas para entender o conflito entre israelenses e palestinos
-Pesquisadores estudam fórmula de mercado que prevê resultado eleitoral
-Fim da Copa ajuda a segurar preços no Brasil
-OMS: epidemia de ebola é emergência de saúde pública mundial
-Nível baixo de vitamina D eleva risco de demência, diz estudo
-Para Dilma, suspeita envolvendo Planalto é algo "estarrecedor'"
-Operação coordenada pelo MP do Paraná prende 18 suspeitos de desviar recursos
-A partir desta quinta-feira, se você não registrar sua empregada, paga multa
Jovem reage e faz selfie com bandido: 'Ele disse que é o ganha pão dele'
-Suspeito de furtar prontuário de Schumacher é encontrado enforcado em prisão
-Hackers russos roubam 1,2 bilhão de senhas de 420 mil sites
Gaeco investiga desvio de recursos públicos, prende filhos do prefeito e outras 16 pessoas em São Jerônimo da Serra
-VIDEO: Jovem que matou policiais militares morre em confronto com a polícia