quarta-feira, 12 de março de 2014

Jorge Souto Maior: Não ignorem o “babaca” do Felipão


Jorge Souto Maior: Não ignorem o “babaca” do Felipão

publicado em 12 de março de 2014 às 7:05
 Não ignorando o “babaca”!
por Jorge Luiz Souto Maior
Podia simplesmente ignorar o Sr. Luiz Felipe Scolari, vulgo, Felipão, mas não é possível fazê-lo, nem tanto por ser ele o atual técnico da seleção brasileira ou por levar na bagagem reconhecidos méritos profissionais, mas em razão de sua recente declaração no sentido de que a melhor solução para o racismo é ignorar os “babacas” que cometem atos racistas, não adiantando nada puni-los.
Ora, se tratamos de racismo estamos falando de um crime, considerado pela ordem jurídica como inafiançável e imprescritível, dada a sua gravidade em termos de agressão ao ser humano, individualmente considerado, e à humanidade, por lhe impor sério retrocesso histórico.
Assim, com muito boa vontade se poderia dizer que “babaca” é o Felipão, pois os racistas são, em concreto, criminosos. E, querendo o atual técnico da seleção brasileira, ou não, os que cometem tal crime devem ser punidos. Aliás, com maior rigor, ao minimizar o sofrimento alheio, ao ser complacente com o criminoso, pregando a ausência de sua punição, o Sr. Luiz Felipe pode ser visto como cúmplice de todos os novos crimes de racismo que venham a ser cometidos no futebol brasileiro, ou fora dele, vez que teria, de certo modo, incentivado a conduta.
Do ponto de vista específico do tipo penal, quando alguém se dirige a outra pessoa de forma determinada, como se dá nas partidas de futebol, entende-se que o crime cometido não é de racismo e sim de “injúria racial”, sendo que para a punição deste crime, que é prescritível e afiançável, há a necessidade do ofendido formular queixa.

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As práticas racistas no futebol, com esse autêntico eufemismo jurídico, possuem grande chance de não ser punidas, pois há uma pressão histórica, socialmente institucionalizada, para que o ofendido não aja. Nestes termos, torna-se ainda mais grave a declaração do técnico da seleção, sobretudo em época de convocação, vez que reforça a lógica que procura impedir que os jogadores, cidadãos vitimados por esse crime, exerçam o seu direito de exigir a punição do agressor.
É oportuno consignar também que já passou da hora da organização do futebol brasileiro e dos poderes instituídos se posicionarem de forma mais responsável e concreta a respeito, para superar, de vez, esse absurdo.
De fato e de direito, as partidas em que a “injúria racial” for verificada devem ser imediatamente cessadas, independente de qualquer tipo de transtorno, pessoal ou econômico, que tal decisão possa causar, chegando-se a isso com, ou sem, manifestação do ofendido.
Além disso, é necessário que as autoridades auxiliem, com o uso de todos os recursos que possuam, na apuração da autoria do crime, para a necessária e inevitável punição individualizada do criminoso, estendendo-se os efeitos da punição, no campo esportivo e financeiro (perda de pontos, exclusão do campeonato e multas) ao clube a quem se identifique o torcedor criminoso, sendo essencial, por fim, superar essa postura cínica do direito que enquadra o fato como “injúria racial”, já que isso, na prática, culmina com a impunidade, passando a tratá-lo como realmente é: racismo.
Deve-se pensar, ademais, na produção de resultados análogos com relação a manifestações homofóbicas, como a que se verificou no último Corinthians x São Paulo.
Para que se inverta essa situação, na circunstância atual, o primeiro passo é não ignorar o “babaca” do Felipão, refutando, com veemência, sua manifestação, que foi, no mínimo, irresponsável.
Sei que ao fazer esse registro, estarei eliminando todas as últimas esperanças que pudesse nutrir em torno de uma convocação para a Copa, mesmo após dois golaços na pelada do final de semana. De todo modo, é infinitamente melhor expressar isso e não ir à Copa, do que ir para a Copa e, buscando impedir que qualquer “inconveniente” desvie o foco da competição e de seus negócios, pregar o silêncio, o conformismo e a tolerância diante de atos racistas.
São Paulo, 10 de março de 2014.do Viomundo