União Europeia acusa Rússia de 'agredir' Ucrânia e estuda novas sanções; entenda
A crise na Ucrânia vem se intensificando rapidamente nas últimas horas. Kiev e seus aliados ocidentais acusam a Rússia de enviar tropas e armamentos para os separatistas no leste ucraniano, que estão em conflito há meses com forças do governo.
O presidente ucraniano Petro Poroshenko fez um pronunciamento em Bruxelas, na Bélgica, que seu país está "num ponto quase sem volta" em direção a uma "guerra total".
O ministra de Relações Exteriores da União Europeia (UE), Catherine Ashton, acusou Moscou de "agredir diretamente" o leste ucraniano e que isso é "muito preocupante".Neste momento, líderes europeus participam de um encontro na capital belga para discutir a aplicação de novas sanções contra a Rússia.
Ashton exigiu que a Rússia interrompa a entrada de armas, equipamentos militares e equipes na Ucrânia.
No entanto, Moscou nega estar apoiando os grupos pró-Rússia no leste da Ucrânia, que vêm ganhando terreno contra o Exército do país.
Sem consenso
A UE e os Estados Unidos já aplicaram sanções contra dezenas de autoridades russas, comandantes dos grupos separatistas e empresas acusadas de minar a soberania ucraniana.
No entanto, ainda não há consenso na UE sobre como lidar daqui em diante com a situação, diz Chris Morris, correspondente da BBC em Bruxelas.
O primeiro-ministro finlandês, Alexander Stubb, disse que "ainda não foi batido o martelo" sobre a efetividade das sanções já aplicadas. "Precisamos de cessar-fogo, um plano de paz", ele acrescentou.
Poroshenko, disse estar preparando um plano de paz que espera publicar na próxima semana e que a aplicação de novas sanções dependerá do sucesso ou fracasso deste plano.
'Praticamente em guerra'
A presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, afirmou que a Rússia "está praticamente em guerra contra a Europa".
"Temos que apoiar a Ucrãnia e enviar ajuda militar para que o país possa se defender. Hoje, a Ucrânia está lutando em nome de toda a Europa"
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que a UE enfrenta uma "situação completamente inaceitável com a presença de tropas russas em solo ucraniano" e alertou que haverá consequências casa esta situação se mantenha.
O presidente francês, Francois Hollande, afirmou que esta é a maior crise desde o fim da Guerra Fria: "O que está acontecendo é tão sério que o Conselho Europeu será obrigado a reagir aumentando o nível das sanções se tudo se mantiver como está".
Mas como a situação chegou a este ponto? Para ajudar a esclarecer esta e outras dúvidas sobre os últimos desdobramento da crise na Ucrânia, preparamos uma série de perguntas e respostas.
Houve uma invasão russa?
Na quinta-feira, a Otan divulgou imagens de satélite que alegou mostrar forças russas dentro da Ucrânia. Seriam mais de 1.000 soldados.
Antes, Poroshenko havia declarado em Kiev que se reuniria com seu conselho de segurança para discutir o que chamou de "invasão russa" a seu país.
Nos Estados Unidos, onde muitos esperavam uma resposta às notícias de envio de tropas russas à Ucrânia, o presidente Barack Obama se recusou a chamar de "invasão" as últimas ações russas, mas responsabilizou Moscou pela violência na região.
Mas a Otan foi contundente na sexta-feira. O secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, declarou que estava claro que a Rússia "havia cruzado ilegalmente" a fronteira da Ucrânia. E pediu que Moscou interrompesse o que chamou de "ações militares ilegais".
Os confrontos seguem?
No início desta semana, o Exército ucraniano conseguiu recuperar o que disse ser "grande parte" do território até então controlado por separatistas ao redor das cidades de Donetsk e Lugansk.
Mas, na quinta-feira, quando teve início a crise se agravou ainda mais, houve relatos de que rebeldes pró-russos haviam tomado a cidade costeira de Novoazovsk e ameaçavam capturar o estratégico porto de Mariupol, no sul do país.
Combates também estariam ocorrendo ao redor de Donetsk e Lugansk.
Este avanço dos rebeldes marcou o início de uma nova frente no conflito entre o governo da Ucrânia e separatistas pró-Rússia.
Posteriormente, em um discurso incomum dirigido aos separatistas pró-Rússia na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou o que chamou de êxitos da ofensiva na região. Pediu também o estabelecimento de um "corredor humanitário" para permitir a retirada de unidades do Exército ucraniano cercadas.
Isso significa que a Rússia está ajudando os rebeldes?
A Ucrânia indicou que o fato dos rebeldes terem recebido um recado direto de Putin mostra que quem os controla é a Rússia.
E tanto Kiev quanto seus aliados têm reiterado que Moscou está por trás da ofensiva rebeldes no leste do país.
A pergunta que muitos se fazem é: qual o tamanho da ajuda que está sendo orquestrada pelos alto níveis do Kremlin?
Moscou nega que esteja ajudando ou armando rebeldes. Mas um dos líderes rebelde em Donetsk declarou na quinta-feira que entre 3 mil e 4 mil cidadãos russos estariam entre suas forças.
As imagens da Otan publicadas na quinta-feira mostram o que, segundo a organização, há comboios militares russos dentro de território ucraniano.
Por que esse conflito importa para a Europa e o resto do mundo?
Esta é vista como a maior crise de segurança na região desde a Guerra Fria.
Há anos, a UE trabalha para estabelecer vínculos com a Ucrânia. Mas a Rússia também tem se esforçado para que a Ucrânia se una a seus tratados de comércio com outras ex-repúblicas soviéticas.
A Ucrânia está situada em uma importante área geopolítica: dividida entre o Ocidente e o Oriente e com tensões internas que não conseguiu resolver desde o colapso da União Soviética, em 1991.
A Otan, a UE e os EUA acusam a Rússia de intimidar a Ucrânia e dizem que as táticas que Moscou usa são inaceitáveis.
No entanto, nenhum dos aliados tem respondido às críticas às táticas que a Ucrânia usa contra separatistas, que incluem o bombardeio de áreas civis nos enclaves rebeldes.
Um relatório da ONU do início de agosto indica que 2.119 pessoas morreram no leste da Ucrânia desde o início do conflito.
Calcula-se que 115.800 pessoas partiram para outras partes da Ucrânia e cerca de 188.000 foram para a Rússia.da BBC Brasil
Leia Mais
-Mulheres de minoria ameaçada 'são vendidas a US$1 mil na Síria'
-Jader Marques não defende mais médico Leandro Boldrini
-Queda de avião monomotor em área residencial de Curitiba deixa 2 mortos
-Mulher mata leopardo em luta de foice na Índia
-Greve geral na Argentina deve paralisar voos na quinta
-Homem é retirado vivo de necrotério após ser declarado morto
-Arroz melhora qualidade do sono, diz pesquisa
-Promotoria investiga compra de terreno para Câmara de Cambé
-Lâmpada inteligente controla luminosidade sem apps e economiza energia
-Caso de ex-pedreiro que dissolveu 300 corpos em ácido ainda atormenta México
-Vulcão faz Islândia emitir alerta vermelho para a aviação
-GAROTINHO FAZ PICADINHO DO GLOBO
-Maior usina solar do Brasil entra em funcionamento em Tubarão, no Sul de SC
-Tuque-tuque em Tabatinga causa polêmica
-Ferramentas na internet e aplicativos são aliados para ajudar estudantes a se preparar para o vestibular
-Sotaque britânico em vídeo de decapitação põe serviço secreto em alerta
-Lojas Americanas de Cambé será inaugurada em setembro
-Fiocruz capacita equipe para atender casos de ebola que chegarem ao país
-Paulo Nogueira: A Globo e o mal que a cultura da sonegação faz ao Brasil
-Comboio com restos mortais de Campos deixa IML de São Paulo
-IML conclui identificação de corpos de vítimas de acidente aéreo
-Marina aceita concorrer à Presidência no lugar de Campos
-Veja como aproveitar a restituição do IRPF
-Valor de plano de saúde pode comprometer toda a renda do idoso
-Vazou tudo! Sonegação da Globo está na web!
-Bilionária aos 30 anos largou estudos para criar laboratório hi-tech
-Marina Silva será chave para 'definir rei' na eleição brasileira, diz Bloomberg
-Parente de ex-prefeito de Cambé é encontrado morto
-Aeronáutica não tem prazo para concluir leitura de dados do avião acidentado
-Avião usado por Campos teve falha durante voo em Londrina
-Chegada de chuvas derruba a temperatura em Londrina
-Como reduzir o consumo de sal na alimentação?